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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Coisas de mulher




Ela passou o primeiro dia empacotando todos os seus pertences em caixas, engradados e malas.

No segundo dia, ela chamou os homens da transportadora que levaram a mudança.

No terceiro dia, ela se sentou pela última vez na bela mesa da sala de jantar, à luz de velas, pôs uma música suave e se deliciou com uns camarões, um pote de caviar e um garrafa de Chardonnay.

Quando terminou, foi a cada um dos aposentos e colocou alguns pedaços de casca de camarão, besuntados com caviar, dentro das cavidades dos varões das cortinas (aqueles tubos ocos de alumínio).

Depois ela limpou a cozinha e se foi.

Mais tarde, seu ex-marido chegou com a nova namorada, tudo estava tudo muito bem arrumado, cheirando à limpeza.

Depois, pouco a pouco, a casa começou a feder.

Eles tentaram de tudo: limparam, lavaram e arejaram a casa.

Todas as aberturas de ventilação foram verificadas a procura de possíveis ratos mortos e os tapetes foram limpos com vapor.

Desodorantes de ar e ambiente foram pendurados em todos os lugares.

A empresa de combate a insetos foi chamada para colocar gás em todos os encanamentos, durante alguns dias, durante os quais tiverem de sair da casa e, no fim, ainda tiveram de pagar para substituir o caríssimo carpete de lã.

Nada funcionou.

As pessoas pararam de visitá-los.

Os funcionários das empresas de consertos se recusavam a trabalhar na casa..

A empregada se demitiu..

Finalmente, eles não suportavam mais o fedor e decidiram se mudar.

Um mês depois, apesar de terem reduzido o valor da casa em 50%, eles não conseguiram um comprador para a casa fedorenta.

Texto autor desconhecidoQuadro Di Cavalcanti

A notícia se espalhava e nem mesmo corretores de imóveis locais retornavam as ligações.

Finalmente, eles tiveram de fazer um grande empréstimo do banco para comprar uma casa nova.

A ex-esposa ligou para o marido e perguntou como andavam as coisas.

Ele contou a ela o martírio da casa podre.

Ela escutou pacientemente e disse que sentia muitas saudades da casa antiga e que estaria disposta a reduzir a parte que lhe caberia do acordo de separação dos bens em troca da casa.

Sabendo que a ex-mulher não tinha idéia de como estava o cheiro, ele concordou com um preço que era cerca de 1/10 do que valeria a casa.

Mas só se ela assinasse os papéis naquele dia mesmo.

Ela concordou e em menos de uma hora, os advogados dele entregavam os documentos a ela.

Uma semana depois, o homem e sua namorada assistiam, com um sorriso malicioso, os homens da mudança empacotando tudo para levar para a sua nova casa...
Incluindo os varões das cortinas.


Texto autor(A) desconhecido(A)
Quadro Di Cavalcanti

2 comentários:

Jeferson Cardoso disse...

Caramba! Esse é o tipo de texto que dá vontade de sabem quem é o autor para perguntar se é real a história. E quanta ironia o casal ter levado com sigo o fedor. (sorrio). Vão achar que é trabalho feito.
A gravura é linda. Parabéns pelo conjunto da postagem!



Abraço de Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

V.A.T.O disse...

nossa bom de mais...autor desconhecido uma pena.